quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dia desses

Mãe: "Sobe direito essas escadas, menina! Vai cair de boca no chão!" – Hoje entendo que ela só estava querendo me proteger. Agora não a tenho por perto pra continuar me alertando e talvez seja por isso; que até hoje, na minha caminhada, uma vez ou outra, depois de tantos conselhos, eu ainda dou com a cara no chão. Metaforicamente, claro. =*


                                     
                                                     
                                                                 

Quem tem razão?


Não poderia deixar de compartilhar com vocês um texto incrível que acabo de ler da escritora carioca, Mônica Montone. Não sei bem se é um texto ou uma especie de carta, o que eu sei, é que foi direcionado ao grande Chico Buarque em um corajoso protesto a sua antiga tese de que: "O amor pode esperar" ( frase de umas das músicas mais conhecidas do cantor).

                             

Bom, pra quem não conhece, a tal música é essa do vídeo ao lado, nela ele diz que o amor é paciente e que é capaz de resistir a uma espera.

Tenho que confessar que  ainda não cheguei a uma conclusão sobre o assunto, sou do tipo que não gosta de rotular coisas que dirá sentimentos. Não vou opinar por uma única verdade, mesmo porque eu não acredito que exista. prefiro pensar que são pessoas com personalidade diferentes vivendo seus respectivos amores. as vezes a dintância a espera pode representar um fardo na vida de alguns, mas possa ser que outros consigam administrar muito bem uma situação como essa (o que não quer dizer que amem menos).
Agora, sem mais, vamos ao que realmente interessa.



De: 
 Mônica Montone 
Para:  Chico Buarque

“Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar”

“O amor não tem pressa”? “Ele pode esperar”?

Desculpe-me, Chico, mas desconheço o amor que pode esperar.

O amor, quando é pra valer, é sinfônico, urgente, latente.

Pede pela pele do outro. Pede pelo veludo da voz e pela maciez do sorriso. Pede pelo gozo, pelo gole partilhado na bebida, pela brincadeira noturna sob os lençóis e até mesmo pelo silêncio de depois. Pede por palavras escolhidas cuidadosamente que salientem o indizível.

O amor é valsa, baião de dois, salsa, molho, tempero, batucada, estrada.

Quem ama não espera! Muito menos em silêncio! Sofre e reclama quando o ser amado não está ao alcance das mãos.

Quando o amor acontece, ele é pra já, sim, senhor. Ele não cabe num fundo de armário, na posta-restante, num poema rabiscado ou num retrato rasgado.

Quem ama tem fome. Quem ama tem sede. Quem ama dá vexame, faz a fama e deita na cama.

Quem ama escreve cartas e às vezes nem envia. Quem ama escreve cartas ridículas.

O amor que espera, desconheço. Quem sabe não se trata de um mero adereço da resignação? Pluma que enfeita a fé de quem perdeu o bem amado? Pluma leve, que como a ilusão pode ser lançada ao longe com um simples sopro de realidade e se perder no ar...

O amor não tem remédio, nem nunca terá, não tem juízo, nem nunca terá, não tem medida, nem nunca terá... Mas não, Chico, ele não pode esperar.

by Mônica Montone 



Então, arriscam alguma opinião a respeito?!?

bjo,
Tamirys